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quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Explicação das Causas da Guerra


Causas da Guerra do Contestado

As causas da Guerra do Contestado são muitas e complexas, originando-se principalmente na intevenção na economia e na distribuição de terras locais por parte dos poderes federais, freqüentemente a serviço do empresariado internacional. Este atuava na figura do norte-americano Percival Farquhar, que possuía diversos projetos na região, como a Southern Brazil Lumber & Colonization Company, mais tarde conhecida simplesmente como Lumber, e a Brazil Railway Company, que comprou a Companhia de Estradas de Ferro São Paulo-Rio Grande, com o objetivo de construir o que ficou conhecido como a Ferrovia do Contestado, que transportaria a madeira extraída pela Lumber até São Paulo, para embarcá-la posteriormente em Santos para exportação. As causas propriamente então, se dividem em três principais categorias: As causas econômicas, sociais e religiosas.

Causas Econômicas

As causas econômicas foram principalmente causadas por duas interferências governamentais: A primeira deu-se na forma das concessões de terras disputadas e ricas em recursos naturais à Santa Catarina, o que provocou muitas revoltas locais, como a Demétrio Ramos em Timbó e Aleixo Gonçalves Lima em Canoinhas, e a desapropriação maciça de mais de 6.000km² de terras de pequenos agricultores locais para a construção da Ferrovia do Contestado, e as subseqüentes tentativas de desalojamento forçado dos posseiros locais.

Causas Sociais

As causas sociais, em parte conseqüência das intervenções mencionadas acima, são a profunda desconfiança no governo, que só intervia de modo prejudicial na região, em nome de grandes financistas e especuladores, e o conseqüente surgimento de movimentos pró-monarquia.

Causas Religiosas

E as causas religiosas são os movimentos messiânicos, que mais tarde culminaram na fundação do Contestado, uma comunidade de "monarquias celestes", cada uma com seus reis e ordens de cavaleiros. Os três principais movimentos, incluindo o último e mais importante, foram liderados por monges de mesmo nome: O primeiro, que presumivelmente se chamava realmente José Maria, parece ter sido um monge italiano que pregava pela região e atraiu diversos seguidores, que faziam incursões itinerantes pela região do Contestado. O segundo, que se chamava Atanas Marcaf, de origem síria, mudou seu nome para José Maria de modo a continuar a missão do primeiro, e era vista como uma espécie de reencarnação do falecido. Este, antes de desaparecer em 1908, prometeu que voltaria ressuscitado.
Finalmente surgiu um terceiro, um soldado desertor de nome Miguel Lucena de Boaventura, que adotou o nome de José Maria, e instalou-se como curandeiro na região, logo adquirindo fama de santo milagroso. Este último é que acabaria liderando a rebelião.

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